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O mal do século

O mal do século

O mal do século

 

Historicamente ou ironicamente o mal do século foi designado como o período que compreendeu a segunda fase da geração da poesia romântica no Brasil, sendo o poeta Álvares de Azevedo seu maior representante seguido por Casimiro de Abreu e Castro Alves já da terceira fase, entre outros de menor importância. Eram poetas boêmios, jovens pálidos e blasés que apregoavam em suas poesias a fuga a realidade o escapismo tão em voga na época, tendo como tema constante a morte, o amor irrealizado. Digo que é uma ironia porque de certa forma a poesia, a literatura que deveria ser uma opção saudável tornou - se motivo de desconfiança. Álvares de Azevedo talvez o poeta mais importante desta fase era profundamente influenciado por Lorde Byron poeta Inglês modelo constante do negativismo e satanismo presente nas poesias de seus seguidores.

Este período ficou conhecido como “o mal do século” por suas características voltadas ao desejo de morrer, a loucura a exacerbação dos sentimentos representados por poetas que pelo estilo de vida que levavam envoltos em bebedeiras chegando muitas vezes a dormirem na rua sob a chuva morriam por volta dos vinte e um anos de idade vitimas geralmente de tuberculose.

Isto aconteceu no Brasil entre a segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX dentro de um cenário em que ocorria simultaneamente o advento do iluminismo e o processo de transferência da liderança histórica da aristocracia para a burguesia e a Revolução Francesa em que os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade ecoavam pelo mundo. Libért, egalite fraternite do francês, ou seja, a palavra de ordem era liberdade”!

Muitas décadas se passaram e pouca coisa mudou isto é mudou o fato de que mesmo não cultuando o desejo pela morte este é o fato mais presente na sociedade brasileira do século vinte e um. Podemos arriscar dizer que este famoso “mal do século” nada tinha de mal se compararmos ao que vivemos no século atual. Os jovens levaram a serio aquele ideal de liberdade, mas mais uma vez se perderam na busca de uma identidade própria. Se na época em questão o exagero a falta de perspectivas existia ao menos estava atrelado à cultura, a poesia, hoje, entretanto se resume a um total desrespeito a vida se resume às drogas a violência e evasão escolar.

Não precisamos ir muito longe para confirmar esta tese basta ligar a televisão e as noticias serão sempre às mesmas, o trafico aumenta dia a dia roubando à infância a inocência a chance de nossos jovens de ter um futuro melhor. As famílias estão sendo destruídas pela violência que assola nosso país, roubos, seqüestro, violência sexual dentro e fora dos lares e infelizmente não podemos mais confiar nas pessoas que estão a nosso lado diante do crescimento alarmante da pedofilia. Este sim pode ser chamado de “mal do século”. Um mal que não leva a morte imediatamente, mas que mata paulatinamente a vitima de tal abuso que na maioria das vezes não consegue superar o trauma, isto porque as vitimas são crianças, que não tem e não sabem ainda como se defender.

Não há como negar que este século proporcionou muitos avanços tecnológicos...  Avanço no campo das ciências exatas, biológicas na medicina! Vivemos na era digital, entretanto quando se trata de humanidade tudo isso não é o suficiente para que os homens aprendam a se respeitarem e conviverem em sociedade de forma igualitária até porque igualdade é apenas uma palavra.

Vivemos escondidos, reféns de um medo que parece nunca ter fim, reféns da ignorância, reféns do silencio das autoridades competentes que se omitem, reféns dos traumas e síndromes do pânico entre outras síndromes que afetam os cidadãos do mundo da tecnologia...  reféns de leis que punam de forma exemplar os causadores dos distúrbios que a sociedade moderna vive. Enquanto que aqueles que deveriam proporcionar segurança ao povo continuam suas vidas normais, porque estes flagelos não os atingem, estão em suas casas cercados por seguranças e câmeras, não precisam pegar vários ônibus para ir ao trabalho, metrô ou até mesmo ir a pé, estão distantes do caos que se transformou a vida dos menos favorecidos cercados constantemente pela violência urbana.

E ainda falamos com orgulho que em nosso país não há guerras, quando ela esta sendo travada dia após dias nos grandes centros urbanos, é uma guerra civil sem precedentes que mata mais do que em uma guerra de verdade, mas camuflamos isso para não perturbar nosso sono a noite, afinal de contas é apenas mais um “pobre” que vai virar estatística. Isso me faz pensar que realmente os flagelos dos seres humanos são causados pelo próprio homem para dominar seus semelhantes.

Longe de ser saudosista... Mas acredito que os críticos ou quem quer que seja que tenha definido o fim do século XVIII e inicio do século XIX como “Mal do século” sentem uma leve saudade daquela época em que a literatura podia ser considerada como um mal, não que não houvesse violência, ela existe desde que o homem começou a disputar o fogo, no entanto hoje alcança níveis que causaria inveja ao mais pessimista e mórbido dos românticos daquela fase!

 

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